
Procurei em livros e bibliotecas, vários campos de estudo e muitos especialistas.
As respostas eram muitas, mas nenhuma explicava qual o mecanismo que teria dado forma aos Calendários.
Foi neste cenário ambíguo e sem respostas, que parti para a minha própria pesquisa. Um caminho mágico mas também improvável.
O meu estudo tornou-se solitário, sobre um tema não reconhecido e privado de livros de consulta.
Mergulhada numa imensidão de números e séries que se repetiam indefinidamente, sustentada por sucessivas teorias provisórias. Onde os ciclos de tempo dos calendários eram a única referência.
Este início de pesquisa proporcionou-me experimentar o que usualmente se caracteriza como o Submundo, uma realidade marginal à qual não podia escapar! Ali fiquei numa insistência permanente, acompanhada por os meus desenhos e pinturas na tentativa de dar forma ao que os números pareciam denunciar.
Este caminho teve, consequências desastrosas no seguimento da minha vida.
A parte boa deste período é que, a sós com os meus cadernos e calculadora encontrava sempre algum resultado empolgante, que me alimentava uma nova esperança e vontade de continuar.
Estranhamente nunca me ocorreu a ideia de desistir.
O meu maior aliado nesta causa incompreendida foi o meu trabalho de pintura decorativa que, me possibilitou o sustento nestes anos de estudo sem fim à vista.
No ano 2016, consegui finalmente desbloquear uma parte importante deste processo, quando descobri que existia um referencial circular. Uma ferramenta em forma de Matriz comum a todas as observações astronómicas das culturas ancestrais.
Esta ferramenta/Matriz da Astronomia estava na origem da constante repetição dos números e séries matemáticas da minha busca. Foi também nesta altura que pude concluir que a minha pesquisa não era apenas matemática mas sim, pura Astronomia.
Representou uma grande surpresa verificar que a Matriz astronómica ancestral era uma estrutura idêntica ao nosso relógio, com 1440 Minutos ou 360 graus, as mesmas medidas e grandezas de tempo e de espaço tão bem conhecidas por todos, mas que neste caso nem sempre representam as 24 horas do dia solar.
A partir deste momento a minha pesquisa tornou-se numa verdadeira aprendizagem sobre astronomia ancestral. Os calendários tornaram-se instrumentos de trabalho reveladores, que confirmavam terem sido construídos sobre sequências e períodos de tempo com justificação astronómica sempre rigorosa.
Na Astronomia Ancestral os Calendários são os Mapas de estrada entre a Terra e o Céu, com todos os detalhes de percurso. Eles reproduzem as órbitas dos planetas, os alinhamentos com outros planetas e outros eventos cíclicos importantes.
Foi assim que me apercebi que os Calendários que me despertaram as perguntas, estavam também na origem das respostas.
Tinha encontrado a ponta do icebergue.